Nos últimos meses, o Parlamento Europeu tem movido esforços para implementar uma importante mudança no mercado de smartphones e dispositivos móveis. A proposta aprovada, que entrará em vigor em 2027, visa tornar obrigatória a adoção de baterias removíveis nos dispositivos, permitindo que os próprios usuários possam substituí-las facilmente. Essa medida, porém, tem gerado controvérsias e uma das grandes vozes a se manifestar é a Apple.
A gigante de Cupertino tem se mostrado apreensiva em relação à proposta, afirmando que o uso de partes intercambiáveis pode comprometer a durabilidade dos dispositivos. Em uma entrevista concedida ao canal ORBIT no YouTube, o vice-presidente sênior de engenharia de hardware da Apple, John Ternus, ressaltou a preocupação da empresa com o possível conflito entre durabilidade e reparabilidade que essa medida pode trazer.
Segundo Ternus, tornar os componentes internos mais reparáveis e removíveis pode aumentar o risco de pontos de falha estrutural nos dispositivos, impactando negativamente na experiência dos usuários.
O executivo também pontuou que, ao adotar baterias removíveis em vez das tradicionais baterias fixas, pode-se enfrentar desafios relacionados à aderência e à estrutura interna do dispositivo. Segundo ele, a falta de uma conexão sólida entre os componentes e a bateria pode tornar o aparelho mais suscetível a quebras e dobraduras acidentais, além de reduzir sua resistência contra água e poeira, características essenciais dos iPhones atuais.
Apple diz que baterias removíveis alterariam características notáveis dos iPhones
Para contornar os possíveis problemas citados, uma alternativa seria desenvolver uma estrutura metálica mais robusta, mas isso acarretaria um aumento significativo nas dimensões do smartphone, tornando-o mais pesado e menos portátil, o que poderia desagradar os usuários que prezam pela praticidade e design compacto.
Vale destacar que a resistência à água e poeira é uma das características de destaque dos iPhones, alcançada por meio de adesivos e selagens que protegem o dispositivo. Entretanto, essa característica também torna a abertura do aparelho mais desafiadora, dificultando os procedimentos de reparo. Ternus destacou que a Maçã se empenha em proporcionar uma forma segura e efetiva para que os consumidores possam trocar a bateria, porém, busca equilibrar essa reparabilidade com a durabilidade do dispositivo.
Para atender à crescente demanda por facilidade de reparo, a Apple já redesenhou a estrutura interna do iPhone 14 e iPhone 14 Plus, tornando a troca do painel traseiro de vidro e da bateria mais acessível. Essa iniciativa rendeu ao iPhone 14 uma alta pontuação de 7 pontos em facilidade de reparo, concedida pela iFixit, a maior nota para um smartphone da Apple desde o lançamento do iPhone 7 em 2016.
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Embora os modelos iPhone 14 Pro e iPhone 14 Pro Max ainda não tenham incorporado essa atualização, tem sido especulado que os futuros modelos premium previstos para setembro ou outubro de 2023 possam adotar essa mudança para melhorar ainda mais os serviços de reparo oferecidos aos usuários.
Diante desse cenário, é compreensível que a Apple busque soluções para equilibrar os possíveis impactos do uso de baterias removíveis em seus dispositivos, uma vez que isso pode afetar diretamente o valor de mercado da marca. Resta acompanhar como a empresa enfrentará o desafio de encontrar o ponto ideal entre a reparabilidade e a durabilidade, atendendo às expectativas e necessidades dos consumidores sem comprometer a qualidade e desempenho de seus tão cobiçados smartphones.
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