
Você já ouviu falar no filme “Jobs”? A obra foi o primeiro longa lançado após o falecimento do fundador da Apple. O diretor é Joshua Michael e o roteiro é de Matt Whiteley, e a trama tenta contar a vida de Steve em relação à faculdade, fundação da Apple e seus relacionamentos, incluindo nomes como Steve Wozniak, o cofundador da gigante de Cupertino.
O ator escolhido para o desafio de interpretar Steve em “Jobs” é Ashton Kutcher. Dada essa apresentação inicial do filme, ele, na visão de muitos, poderia ter sido melhor. Matt Whiteley estava iniciando sua carreira e, de acordo com a crítica, até foi bem-sucedido em seu texto.
“Jobs” deixou a desejar em quais pontos?
De certo modo, é possível dizer que o que faltou foi atenção a alguns detalhes sobre a carreira de Steve Jobs. O filme considera o período entre a fundação da Apple e o lançamento do iPod, o que levou as pessoas a terem que supor algumas coisas no decorrer da história.
Outra razão que talvez tenha contribuído para o sucesso discreto de “Jobs” foi a impossibilidade de usar a biografia oficial de Steve como referência. Na prática, os direitos autorais da obra pertenciam a outro estúdio, de modo que foi lançado posteriormente um longa com base nesta biografia.

Querendo ou não, isso acabou prejudicando um pouco a desenvoltura de Ashton Kutcher durante o filme. Sabe aqueles detalhes que fazem a diferença em uma boa história? Pois bem, “Jobs” peca nisso, um exemplo é um relato pessoal de Steve. Uma vez abandonado por seus pais legítimos, ele obriga sua namorada a sair de casa, mesmo ela estando grávida.
Na ocasião, o argumento de Steve Jobs era que aquela criança não era dele. Na parte final do filme, contudo, ele e Lisa, sua filha, aparecem de modo amigável, o que acaba gerando uma “lacuna” na história! Afinal, quais acontecimentos levaram os dois a terem aquela reaproximação? “Jobs” não dá detalhes sobre isso.
Não obstante, existe outro aspecto crucial da história de Steve Jobs que não é enfatizado no filme: Steve Wozniak. Por mais que ele tenha ficado pouco tempo na Apple, ele merecia destaque maior, pois ambos simplesmente fundaram um império, que hoje é comandado por Tim Cook. Wozniak, vale salientar, é um engenheiro de primeira qualidade, responsável pelo hardware dos primeiros computadores da Apple, que tiveram bom resultado de vendas.
A saída de Jobs da Apple, rivalidade com Bill Gates e insights do filme
Quem é usuário da Apple com certeza espera um filme que retrate, por exemplo, a concorrência com a Microsoft, não é mesmo? Infelizmente, isso não aconteceu em “Jobs”, que também passa por cima do desligamento de Steve da maçã em 1985.
E sobre o fato de Bill Gates ter salvado a Apple da falência? Isso também não teve o devido destaque no filme. Josh Gad foi escalado para fazer Steve Wozniak, e a crítica viu sua atuação com bons olhos. Matthew Modine, interpretando John Sculley, o CEO que “demitiu” Steve em 1985, também foi elogiado por sua participação no filme.

Steve conseguiu elevar sua empresa de patamar, mas existem alguns pontos referentes a isso que precisam ser destacados. No filme, ficou evidente que ele não tinha o melhor relacionamento do mundo com seus colegas de empresa. Não foi à toa que, por decisão unânime do Conselho, ele passou doze anos afastado “tirando férias” da Maçã. Obviamente, isso é uma brincadeira, pois Steve, vale lembrar, criou a Next e comprou a Pixar nesse tempo.
Ashton Kutcher soube interpretar um Steve introspectivo no filme, que queria suas ideias aceitas por todos, a todo custo. Contudo, é inegável que ele soube como ninguém superar algo que é um desafio para todo empreendedor: a concorrência.
Em vez de fazer algo “melhor”, Jobs buscava sempre fazer algo “diferente”, e isso se refletiu em vários produtos da marca. A obstinação de Steve era outra característica que o protagonista do filme soube explorar. Para ele, testar suas ideias era necessário antes delas serem descartadas pelos outros.
Você pretende assistir “Jobs” depois dessa análise do filme? Fala para a gente nos comentários! 🍎